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A apoteose da maturidade
Susi é toda ela Bossa
Nova e Carnaval, Traviatta e Rigoleto, Mikis Theodorakis -
Zorba de saias! Ou, por outra, insinuante poesia em movimento.
Em sua pessoa, sua vida e sua arte. Espírito irrequieto
e itinerante, percorre o mundo e captura a alma dos países,
das cidades, dos povos, dos mitos, dos eventos históricos
e artísticos. Fotografa, pinta, desenha, esboça.
Recolhe mapas, postais, envelopes, manuscritos, partituras,
papéis variados, folhas secas, penas de aves. Intervém
sobre eles, com eles interage, os enriquece com caligrafia
e faz assemblages, colagens, objetos, instalações.
Arte da melhor estirpe. Nem o grande e transgressor Kurt Schwitters
faria melhor.
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Em "CONTRASTES", Susi, profícua e coerente, apresenta o aperfeiçoamnto do que vem desenvolvendo e aperfeiçoando, há algum tempo, com concepção e acabamento impecáveis, tangendo e ferindo nuclearmente o alvo. E faz mais - com a novíssima, originalíssima e criativíssima, uff!, série T.A.O/Mezuzot, ela, rompendo os limites, transcende e alçança o limbo, a insustentável leveza que une costumes dos povos do Oriente Médio com os do Oriente Distante - neste, o caso do Tao, o Caminho; naquele, os tubos que aqueles povos penduravam nos cantos da casa, contendo pergaminhos com prescrições morais que falam do amor que a criatura deve a seu criador. É o campo de sonhos que todo artista sensível busca - atingir a perfeição da forma pura na simplicidade, livre do lixo do mundo objetivo. São trabalhos tão diáfanos e etéreos que, por instantes, nos confundem, parecem estar suspensos no nada, desprovidos do mais elementar suporte material. Melhor, temos a plena sensação de que o suporte somos nós, nossas retinas, nossa emoção. |
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Há ainda,
em Susi, um outro atributo que nos seduz - o carinho e a delicadeza
com que trata e cuida de suas criaturas, como se únicas
e instransferíveis, sacralizadas. Tal a devoção
a sua arte que, na verdade, ela adquire feições
de uma assinatura que ocupasse integralmente o terreiro trabalhado,
facilmente reconhecível aqui, ali e sempre, na infinda
seqüência dos vindouros. Susi Sielski Cantarino nos
encanta com seu canto e com seus, mais que pinturas, ícones
- adoráveis portanto! Laureata est! |
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Alexandros
Papadopoulos Evremidis, Rio de Janeiro, julho de 2003 |
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